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3 de mai. de 2016

A palavra “mito” pode significar, na linguagem não técnica, feitos extraordinários realizados por alguém, e, ainda, uma ideia equivocada sobre algo. Nos meios de comunicação, têm livre curso afirmações sobre cérebro e aprendizagem, que se enquadram nesta acepção. Prudência é a palavra de ordem para evitar que a vertigem da velocidade com que os conhecimentos se multiplicam e são difundidos nos arraste ao abismo de um conhecimento desprovido de sabedoria.

Ao findar-se o século passado, em 1990, o congresso dos EUA solicitou ao presidente do país que fosse proclamada uma “década do cérebro”, que duraria até o ano 2000. O objetivo principal era despertar a consciência das pessoas para as pesquisas sobre o cérebro, em particular, e seu potencial para uma vida mental saudável, depois que a medicina  em geral, a partir de meados do século XX, desenvolveu várias vacinas e antibióticos, contribuindo significativamente para o aumento da expectativa de vida da humanidade.No fim da década, o Centro de Pesquisa Educacional para Inovação, uma divisão da Diretoria de Educação da OECD (Organização Econômica para a Cooperação e o Desenvolvimento), desencadeou uma ação cujo alvo era integrar os novos achados da pesquisa sobre o cérebro às práticas educativas. Isso porque, entre outras coisas, os dados dos sistemas internacionais de avaliação começavam a mostrar que os sistemas nacionais de educação escolar fracassavam em prover habilidades de leitura e resolução de problemas.Tendo chegado ao fim em 2007, o projeto da OECD reuniu numa publicação os achados acumulados nas neurociências: as bases bioquímicas do funcionamento cerebral em nível molecular, as bases eletromagnéticas dos processos de ativação funcional na computação e processamento das informações cerebrais, o percurso de formação e desenvolvimento das estruturas biológicas do cérebro. A mesma publicação indicou como esses processos estão entrelaçados na formação e no desenvolvimento das habilidades e capacidades intelectuais, motoras, sociais e emocionais do comportamento humano. E sugeriu como as atividades educativas podem usar o conhecimento desses processos para incrementar o aprendizado de leitura e matemática, entre outras habilidades desenvolvidas pela educação escolar.A passagem do segundo para o terceiro milênio foi marcada, também, por um ambicioso projeto de pesquisa científica: o Projeto Genoma Humano. Iniciado formalmente em 1990, tinha a expectativa de identificar as instruções para o crescimento, divisão e função das células por intermédio das quais se forma, funciona e se transmite toda a arquitetura biológica do ser humano. Cientistas estimavam que essas instruções estivessem codificadas em mais de 100 mil genes. Concluído oficialmente o projeto em 2003, o genoma humano não contém muito mais do que 20 mil deles.  Na mídia, enquanto essas iniciativas se desenrolavam, a imaginação do público foi excitada em ritmo frenético de divulgação de novidades. Essa excitação sempre alimentou ilusões: por exemplo, a crença numa espécie de paraíso da vida sem doenças e sofrimentos e do aprendizado sem esforço e dedicação ao trabalho intelectual. O desfecho dos projetos a que nos referimos acima mostra que o avanço é sempre possível. Mas nutrir vãs expectativas é o caminho mais curto para a decepção.Não há dúvida de que a medicina saberá beneficiar-se dos achados sobre a hereditariedade, legados pelo Projeto Genoma. Quanto às pesquisas relacionadas ao cérebro, sabemos que realmente produziram informações novas e impactantes sobre a formação de neurônios e conexões neuronais, sobre a cronologia do desenvolvimento das diversas estruturas cerebrais, sobre a organização funcional do processamento cognitivo, sobre a coordenação das funções executivas, como as que controlam a atenção e a memória.Esses achados, todavia, nunca são imediatamente utilizáveis. Há um tempo de maturação para que eles inspirem novas modalidades de intervenção em outros âmbitos, como o pedagógico ou clínico. E ainda assim, quando isso ocorre, é preciso longos períodos de testagem das inovações até surgirem evidências de sua eficácia. Mas, diante da velocidade dos processos de circulação de informações, a avidez por novidades não poupou o ambiente educacional. Foi assim que se formou uma mitologia a respeito de ações educativas e uso de materiais e procedimentos pedagógicos baseados na revolução do conhecimento produzido no campo das neurociências. O ambiente educacional em geral, e escolar em particular, foi invadido por crenças de que há pessoas cujo aprendizado envolve mais ativação de um hemisfério que de outro, e isso deu espaço para a idéia de que existem estilos diferentes de aprendizagem para cada perfil pessoal de ativação predominante dos hemisférios cerebrais. A referência a períodos críticos ou sensíveis para o desenvolvimento das funções cognitivas gerou a proliferação de produtos e recursos para estimular o cérebro antes do período de declínio e poda das sinapses, que realmente existe. O abuso do conceito de períodos críticos levou ao esquecimento de que, embora haja janelas de oportunidade para colher frutos da estimulação em certos momentos e situações, o cérebro sempre é capaz de se transformar em resposta à estimulação.Daí ao surgimento de teses sobre as múltiplas inteligências e sobre uma suposta inteligência emocional, foi um pulo. Apesar de elaboradas por renomados autores, essas teses nunca receberam confirmação validada e confiável segundo as metodologias científicas mais rigorosas.
O balanço desse terremoto de novidades?Sob os escombros, estão tesouros valiosos. Muitos deles provenientes da movimentação das “placas tectônicas” do conhecimento profundo e meticuloso resultante do paciente e metódico trabalho de pesquisadores. Mas boa parte se encontra nas colunas e vigas, estruturas duradouras, que se mantêm de pé após os abalos. Elas protegem quem se abriga perto delas. Fornecem proteção contra o impacto traumático de desmoronamentos.Educadores e pais não se devem fechar ao avanço do conhecimento científico no campo das neurociências. Devem, contudo, manter prudência diante das promessas irrealistas de que a abolição de tudo o que a tradição e a experiência consolidaram levará a uma espécie de panacéia educativa. Nada perderão se cultivarem uma curiosidade esclarecida nesse campo, e se interagirem com educadores qualificados de sua confiança. Sobretudo quando eles colocam à disposição materiais e procedimentos cuja eficácia se funda nas melhores evidências; como tem sido o caso da instrução direta, explícita, ordenada e bem guiada por adultos.A constituição de uma inteligência robusta e capaz é comparável à constituição de um corpo saudável e forte. Exige trabalho, esforço, exercício constante, a paciência do tempo. Mas pede, também, uma disposição animada, nutrida de gratidão pela vida e pela saúde, e temperada com a felicidade de viver.

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.
Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.
Amigo a gente sente!
Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.
Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.
Amigo a gente entende!
Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.
Porque amigo sofre e chora.
Amigo não tem hora pra consolar!
Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.
Porque amigo é a direção.Amigo é a base quando falta o chão!
Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.
Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.
Ter amigos é a melhor cumplicidade!
Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,
Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

Oração do Professor


"Obrigado, Senhor, por atribuir-me a missão de ensinar e por fazer de mim uma professora no mundo da educação.

Eu te agradeço pelo compromisso de formar tantas pessoas e te ofereço todos os meus dons.

São grandes os desafios de cada dia, mas é gratificante ver os objetivos alcançados, na raça de servir, colaborar e ampliar os horizontes do conhecimento.

Quero celebrar as minhas conquistas exaltando também o sofrimento que me fez crescer e evoluir.

Quero renovar cada dia a coragem de sempre recomeçar.

Senhor!

Inspira-me na minha vocação de mestre e comunicador para melhor poder servir.

Abençoa todos os que se empenham neste trabalho iluminando-lhes o caminho.

Obrigado, meu Deus, pelo dom da vida e por fazer de mim uma educadora consciente, comprometida hoje e sempre. Amém!"