Você sabe a origem da festa junina?
As Festas Juninas são celebradas ao longo do mês de junho. Sua origem foram as festas pagãs, com fogueiras e queimas de fogos para afugentar os maus espíritos. Elas começaram nos campos e plantações originando os trajes típicos de caipiras e sinhazinhas, com casamento de roça, discurso do padrinho, as capelinhas decoradas etc.
Com o passar do tempo, as festividades foram tomando um cunho religioso. Pela tradição, a festa junina consiste em celebrar os bons resultados da colheita e também, pedir que o próximo plantio traga bons frutos. São João é o santo protetor das colheitas e se faz comemorar com seus seguidores: Santo Antonio e São Pedro (assim, 24, 13, 29 de junho).
Esta festividade demonstra devoção e homenagem dos devotos. As festas juninas estão enraizadas de arte popular com suas influências próprias das regiões, cheias de pureza, ingenuidade, poesia e inspiração.
Vamos agora aprender um pouco mais sobre alguns elementos e atividades que toda a festa junina tem, segue:
Fogueira
A fogueira na festa junina representa chama de vida e boas novas. Elas são utilizadas para esquentar as comidas típicas, como canjica, curau e até mesmo o quentão, bebida própria para aquecer em dias de frio, temperada com gengibre. A fogueira, fica em envidência na festa e é rodeada por lanternas e bandeirinhas formando o típico ambiente de arraial.
Música A música é tocada ao longo da festividade sob o ritmo acentuado de forró. A banda é um item imprescindível, funciona como animadora. A banda esta composta de vários instrumentos como: tambores, bongós, pauzinhos, guisos, reco-reco, berimbau, cackeckê, triângulos, etc.
Algumas das musicas mais tradicionais
A musica é tocada ao longo da festividade sob o ritmo acentuado de forró. A banda é um item imprescindível, funciona como animadora. A banda esta composta de vários instrumentos como: tambores, bongôs, pauzinhos, guizos, reco-reco, berimbau, cackeckê, triângulos, etc.
CAPELINHA DE MELÃO
João de Barros e Adalberto Ribeiro
João de Barros e Adalberto Ribeiro
Capelinha de melão
é de São João.
É de cravo, é de rosa, é de manjericão.
é de São João.
É de cravo, é de rosa, é de manjericão.
São João está dormindo,
não me ouve não.
Acordai, acordai, acordai, João.
não me ouve não.
Acordai, acordai, acordai, João.
Atirei rosas pelo caminho.
A ventania veio e levou.
Tu me fizeste com seus espinhos uma coroa de flor.
A ventania veio e levou.
Tu me fizeste com seus espinhos uma coroa de flor.
PEDRO, ANTÔNIO E JOÃO
Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago
Benedito Lacerda e Oswaldo Santiago
Com a filha de João
Antônio ia se casar,
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.
Antônio ia se casar,
mas Pedro fugiu com a noiva
na hora de ir pro altar.
A fogueira está queimando,
o balão está subindo,
Antônio estava chorando
e Pedro estava fugindo.
o balão está subindo,
Antônio estava chorando
e Pedro estava fugindo.
E no fim dessa história,
ao apagar-se a fogueira,
João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
ao apagar-se a fogueira,
João consolava Antônio,
que caiu na bebedeira.
BALÃOZINHO
Venha cá, meu balãozinho.
Diga aonde você vai.
Vou subindo, vou pra longe, vou pra casa dos meus pais.
Diga aonde você vai.
Vou subindo, vou pra longe, vou pra casa dos meus pais.
Ah, ah, ah, mas que bobagem.
Nunca vi balão ter pai.
Fique quieto neste canto, e daí você não sai.
Nunca vi balão ter pai.
Fique quieto neste canto, e daí você não sai.
Toda mata pega fogo.
Passarinhos vão morrer.
Se cair em nossas matas, o que pode acontecer.
Passarinhos vão morrer.
Se cair em nossas matas, o que pode acontecer.
Já estou arrependido.
Quanto mal faz um balão.
Ficarei bem quietinho, amarrado num cordão.
Quanto mal faz um balão.
Ficarei bem quietinho, amarrado num cordão.
SONHO DE PAPEL
Carlos Braga e Alberto Ribeiro
Carlos Braga e Alberto Ribeiro
O balão vai subindo, vem caindo a garoa.
O céu é tão lindo e a noite é tão boa.
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração.
O céu é tão lindo e a noite é tão boa.
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração.
Sonho de papel a girar na escuridão
soltei em seu louvor no sonho multicor.
Oh! Meu São João.
soltei em seu louvor no sonho multicor.
Oh! Meu São João.
Meu balão azul foi subindo devagar
O vento que soprou meu sonho carregou.
Nem vai mais voltar.
O vento que soprou meu sonho carregou.
Nem vai mais voltar.
PULA A FOGUEIRA
João B. Filho
João B. Filho
Pula a fogueira Iaiá,
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.
pula a fogueira Ioiô.
Cuidado para não se queimar.
Olha que a fogueira já queimou o meu amor.
Nesta noite de festança
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca na cidade e na roça
em louvor a São João.
todos caem na dança
alegrando o coração.
Foguetes, cantos e troca na cidade e na roça
em louvor a São João.
Nesta noite de folguedo
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão, quero saber se tu és
dona do meu coração.
todos brincam sem medo
a soltar seu pistolão.
Morena flor do sertão, quero saber se tu és
dona do meu coração.
CAI, CAI, BALÃO
Cai, cai, balão.
Cai, cai, balão.
Aqui na minha mão.
Não vou lá, não vou lá, não vou lá.
Tenho medo de apanhar.
Cai, cai, balão.
Aqui na minha mão.
Não vou lá, não vou lá, não vou lá.
Tenho medo de apanhar.
Dança Existem diversas danças, mas a mais conhecida é a quadrilha.
Festa Junina Quadrilha
Chegou a hora da fogueira… É noite de São João…
Em junho começa um período de festas por todo país. Tem que ter fogueira, doces típicos, brincadeiras divertidas e… Quadrilha!!! Afinal, não háfesta junina sem quadrilha!
Essa dança que agora é típica de nosso país começou a ser praticada por aqui desde 1820. Chegou até nós seguindo a tradição das cortes europeias, principalmente na França, local em que o casamento dos nobres era festejado com muita pompa. Como no Brasil a festa se popularizou, os tecidos pomposos foram substituídos pela chita, que é um tecido mais barato e o casamento nobre foi adaptado para ser uma encenação.
É muito fácil dançar quadrilha!
A dança começa quando forma-se uma fileira de damas e outra de cavalheiros, uma diante da outra e separadas por uma distância de 2,5m. Cada cavalheiro fica exatamente em frente à sua dama.Seguem os dez passos principais:
- Cumprimento às damas ou “cavalheiros cumprimentar damas”;
- Cumprimento aos cavalheiros ou “damas cumprimentar cavalheiros”;
- Damas e cavalheiros trocam de lado;
- Começa o grande passeio e as filas giram pela direita, se emendam em um grande círculo. Cada cavalheiro dá a mão direita à sua parceira;
- Cavaleiros trocam de damas;
- Forma-se o grande túnel em que os casais, de mãos dados, vão andando em fila e com as mãos erguidas formam o túnel;
- Para movimentar a dança, alguém grita: - Olha a cobra! E damas e cavalheiros, que estavam andando em um sentido voltam em sentido contrário para evitar o perigo;
- Forma-se então o caracol e damas e cavalheiros, que estão em fila única. Ao ouvir o comando, o primeiro da fila começa a enrolar a fileira, como um caracol.
- É importante coroar as damas e cavaleiros, e pas isso as damas ficam ao centro e os cavalheiros, de mãos dadas, erguem os braços sobre as cabeças das damas, em seguida, abaixam os braços, então, de mãos dados, enlaçando as damas pela cintura. O mesmo é feito para os cavaleiros.
- É hora da despedida… De um ponto escolhido da roda os pares se formam novamente e em fila, saem no galope, acenando para o público. A quadrilha está terminada.
Casamento caipira
É a hora mais divertida da festa! Neste casamento “de mentira”, a noiva fica grávida antes de casar e o pai dela, que é muiiiiito bravo, faz o noivo casar de qualquer jeito. O noivo tenta fugir, mas e arrastado de volta ao altar pelo delegado.
Há variações nas histórias da quadrilha, outra história engraçada para a quadrilha é aquela em que o ex-namorado rouba a noiva. Os diálogos são improvisados e a preocupação dos personagens é carregar bastante no sotaque caipira.
Depois que o casamento é realizado, inicia-se a quadrilha. É uma gargalhada só!
Músicas para quadrilha
Para acompanhar a quadrilha não pode faltar a música característica e os instrumentos mais utilizados são: acordeão, pandeiro, zabumba, violão, triângulo e o cavaquinho. Há músicas variadas que podem ter o estilo de marchinhas ou mesmo forró.
Roupas e maquiagem
As roupas para as festas juninas e principalmente para quem vai dançar a quadrilha devem ser muito coloridas. Para as meninas é importante usar muitos babados e uma meia listrada bem colorida. Nem precisa pensar em combinar nada, o importante e caprichar nos acessórios: chapéu de palha, as tranças, as pulseiras, os anéis e tudo que for muito colorido.
Para os meninos não deve ser muito diferente; as calças também devem ser remendadas, a camisa deve se xadrez de preferência, o chapéu de palha e botas não pode faltar.
A maquiagem é importante!
As meninas podem usar um pó para deixar o rosto uniforme, um traço com delineador ou lápis para olho preto só nos cílios superiores, sombra rosa ou outra cor bem clarinha, o blush rosa deve ficar bem forte nas bochechas e não esqueça das pintinhas no rosto, bem pequenas com lápis para olho preto e um batom rosinha.
Os meninos também usam maquiagem, principalmente o lápis para olho preto sobre as sobrancelhas para o bigode, barba ou cavanhaque e as costeletas.
As roupas e maquiagem podem variar de acordo com o estilo de cada pessoa, mas o mais importante é entrar no espírito da festa e deixar a alegria e a diversão tomar conta!
Curiosidades:
Os caipiras são muito chiques e falam até “estrangeiro”!
Veja alguns dos termos utilizados na quadrilha:
BALANCÊ (balancer) – Balançar o corpo no ritmo da música, marcando o passo, sem sair do lugar.
ANAVAN (en avant) – Avante, caminhar balançando os braços.
RETURNÊ (returner) – Voltar aos seus lugares.
TUR (tour) – Dar uma volta - com a mão direita, o cavalheiro abraça a cintura da dama. Ela coloca o braço esquerdo no ombro dele e dão um giro completo para a direita.
A quadrilha é uma dança feita para agradecer a boa colheita e homenagear São João, Santo Antônio e São Pedro. Nela, um marcador comanda a dança. Os comandos devem ser seguidos e respeitados.
Esta dança típica chegou ao Brasil durante o período regencial e fez grande sucesso na corte do Rio de Janeiro, caindo depois no gosto popular. A sanfona, a vila, o violão e o triângulo são instrumentos muito utilizados para acompanhar a quadrilha.
A dança começa com os casais posicionados frente a frente. Os cavalheiros cumprimentam as damas e em seguida, as damas cumprimentam os cavalheiros. Eles trocam de lado, em seguida o cavalheiro busca a dama e começa o grande passeio pela roça. Esse passeio apresenta diversas interferências ditas pelo marcador, como “olha a chuva, “olha a cobra”. Ao final, o casal despede-se.
Brincadeiras
Corrida de sapatos
Os sapatos dos participantes da atividade são misturados e colocados a uma certa distância da linha de partida. Após o sinal, os jogadores devem ir pulando com o pé esquerdo até o local onde estão os sapatos estão, calçar e voltar ao ponto de partida. Os participantes que calçarem os sapatos errados ou trocados serão desclassificados.
O jogo também pode ser realizado em equipes. A equipe que terminar de calçar os sapatos e voltar ao ponto de partida primeiro, vence o jogo.
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